quinta-feira, 19 de agosto de 2010

HOMENAGEM A MARLENE DAIGELE NA COMEMORAÇÃO DO ANIVERSÁRIO DO CRESS DF

ANIVERSÁRIO DO CRESS 8° REGIÃO


Em comemoração ao aniversário do CRESS/DF, neste mês de agosto, expressamos uma homenagem a todos aqueles Assistentes Sociais que dia a dia lutam pela conquista de direitos, pelo compromisso ético e incondicional ao usuário, buscando na sua prática cotidiana o enfrentamento das diversas dificuldades institucionais, políticas, sociais, entre outras. Principalmente, destacar neste momento, aqueles que merecem o reconhecimento e não o esquecimento.

Devemos lançar nosso olhar para os profissionais que escolheram o desafio de serem simplesmente Assistentes Sociais da “ponta”, da execução ou da atuação por causas sociais em prol da população. Não escreveram livros e nem desenvolveram importantes pesquisas, não apresentaram grandes eventos ou não seguiram a especialização da academia, mas, não menos por isso, deixaram de participar e mais ainda, de fazerem a história do Serviço Social, ao construírem na relação com o usuário a imagem valiosa do papel do Assistente Social.

Nesta perspectiva, simbolizamos a expressão deste reconhecimento através da homenagem a uma Assistente Social pela sua notória atuação no atendimento aos adolescentes em situação de extrema vulnerabilidade no âmbito do Distrito Federal. 

HOMENAGEM A ASSISTENTE SOCIAL MARLENE DAIGELE 

MARLENE DAIGELE, 61 anos, nasceu em Resende – RJ. Em 1978, veio residir em Brasília. Em 1985 concluiu o curso de Serviço Social na Universidade de Brasília - UNB. Agora em 2010, completou 23 anos na Carreira Publica de Assistência Social, quando ingressou no concurso da então Fundação de Serviço Social em 1987. Nesta instituição atuou no Antigo CEBEM – Centro de Bem Estar do Menor (atualmente COSE – Centro de Orientação Sócio-educativa), nas regiões administrativas do Núcleo Bandeirante e de Planaltina e ainda realizou o acompanhamento dos adolescentes atendidos nos cursos profissionalizantes ofertados pela Unidade da Granja das Oliveiras (Recanto das Emas). Em 1991, atuou na Escola Experimental de Meninos e Meninas de Rua (cedida à entidade filantrópica Ação Social do Planalto – ASP, que matinha convênio com a Fundação Educacional do Distrito Federal para o desenvolvimento deste projeto). Depois desta experiência, trabalhou na implementação do Projeto localizado no “Gran Circo Lar”.

Também desenvolveu o Projeto voltado para Meninos e Meninas de Rua conhecido como “Marina Sul” (Região Administrativa do Paranoá), vinculado ao Centro de Desenvolvimento Social – CDS de Brasília e que posteriormente recebeu a missão de implantar projeto similar no Núcleo Bandeirante. Após, foi convidada para a assessoria da Diretoria de Operações – DIROP e também pela Gerência de Acompanhamento e Avaliação – GAAV da Secretaria de Ação Social do DF. Retornou ao CDS como executora dos convênios na modalidade de atendimento infantil e como técnica responsável pela execução da Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida, atendendo a população do Paranoá e de São Sebastião. Por meio de concurso interno no ano de 2002, foi possível sua vinculação definitiva às medidas socioeducativas, atuando no Centro de Atendimento Juvenil Especializado – CAJE, onde permanece trabalhando atualmente pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania.

Diante do exposto, a sua trajetória se entrelaça com a história da assistência social e da política para a criança e o adolescente no DF, pelo qual a  profissional destaca sua atuação para a concretização das políticas públicas voltadas principalmente aos adolescentes. Entre todas as experiências, para ela a mais marcante foi o projeto Gran Circo Lar (1992 a 1996), cuja elaboração e implementação foi coordenada pela Assistente Social Neide Castanha, outro grande exemplo de profissional de nossa cidade, e voltado ao atendimento de adolescentes e jovens em situação de rua, com efetiva parceria entre as diversas políticas sociais (esporte, cultura, assistência social, educação, etc). Neste sentido, resgata-se o registro da vulnerabilidade deste segmento e a relevância da proteção social aos adolescentes. Ao mesmo tempo, Marlene sintetiza tal proteção quando afirma que “com apoio e afeto se percebia a mudança e a transformação deles”.

Sobre a sua experiência com as medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, Marlene relata que “os adolescentes violavam direitos mas se percebia que antes os seus direitos tinham sido violados”. Para sua análise, considera a intervenção com foco na abordagem familiar e destaca como seus principais referenciais teóricos a Pedagogia da Presença, de Antônio Carlos G. da Costa e a metodologia do Paulo Freire. No exercício do controle e participação social, tem-se sua eleição como conselheira do CRESS na Gestão do ano de 1990 e sempre que possível apoiou as ações deste Conselho Profissional como representante de base nos períodos de processo eleitoral. Também participou da organização das Conferências locais e da maioria das Conferências Distritais de Assistência Social do DF na condição de delegada eleita.

Marlene destacou que possui imensa gratidão a todos os colegas com quem aprendeu e dividiu suas experiências profissionais. Mas o maior reconhecimento de todos é ter sua intervenção lembrada pelos indivíduos que um dia necessitaram da assistência social e que, ao encontrá-la, agradecem esta presença tão significativa em suas vidas. 

Texto escrito por Lívia Vasco Mota. 
Conselheira Suplente – CRESS 8° Região N. 3147.

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