segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Autoridades se reúnem para discutir mortes e ameaças no antigo Caje


A morte de três infratores num espaço de 20 dias dentro do antigo Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje), e sob a guarda do Estado, criou um clima de terror para os familiares dos internos. Eles temem que se repita uma velha rotina, que acontecia nos presídios de adultos — a chamada ciranda da morte — nas décadas passadas. Segundo a polícia, os jovens planejam matar um deles por semana para pressionar as autoridades, principalmente o Judiciário e o Ministério Público, a aplicarem penas mais brandas a quem for surpreendido infringindo a lei.

No último sábado (8), um jovem foi enforcado por  colegas de cela em seu aniversário de 15 anos. Ontem, dia de visitas na Unidade de Internação do Plano Piloto (UIPP), ou Caje, — realizadas em colchões espalhados pelo pátio da instituição —, os parentes manifestaram medo com a expectativa de novas tragédias esta semana. “Achei que meu filho pagaria pelo que fez e sairia de lá recuperado, mas quem deveria resguardá-lo não cuidou direito”, disse o vigilante Ronaldo Rodrigues, 35 anos, pai Ronald Ferreira de Barros, 15, enforcado no sábado, dia de seu aniversário. O desabafo foi feito após o sepultamento do garoto, no Cemitério do Gama. A secretária da Criança, Rejane Pitanga, garante que o lugar será desativado até o fim do ano.

Por volta das 15h desta segunda-feira (10/9) representantes do Conselho Tutelar, Secretaria da Criança (Secria), Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Distrito Federal (Cedeca), Conselho Federal de Psicologia, Conselho Regional de Psicologia e Promotoria da Infância e Juventude se reuniram na Unidade de Internação do Plano Piloto (UIPP), antigo Caje, para avaliar a estrutura e conversar com a direção e os funcionários da unidade.

A secretária da Criança, Rejane Pitanga, disse que a desativação da UIPP vai ocorrer até o fim deste ano. O governo planeja implodir a unidade. Enquanto isso, uma alternativa estudada é transferir os internos para instalações alugadas. 

A Vara de Execução de Medidas Socioeducativas (VEMSE) se reuniu na tarde desta segunda-feira (10/9) com órgãos do Poder Executivo para buscar soluções para acabar com a violência na Unidade de Internação do Plano Piloto (UIPP), antigo Caje. Ficou decidido que será realizado um policiamento ostensivo em toda a área externa, além de revistas assíduas nas dependências internas da UIPP.

Em relação à superlotação, a VEMSE afirmou que até dezembro os internos do sexo masculino serão transferidos gradualmente para um local provisório, com capacidade para 300 adolescentes, separação por faixa etária e funcionamento de escola e oficinas profissionalizantes. As obras das unidades de internação definitivas estão previstas para serem concluídas em 2013.

A 1ª Vara da Infância e da Juventude do DF afirmou que aguarda o recebimento das denúncias para julgar se houve relação entre as mortes e responsabilizar os culpados.

Fonte: Correioweb (Com informações de Mara Puljiz)




Entidades cobram explicações sobre mortes no Caje


Um grupo de representantes de entidades organizadas visita o Caje (Centro de Atendimento Juvenil Especializado) na tarde desta segunda-feira (10) para cobrar explicações sobre as mortes dos internos no local. Somente no mês de setembro, dois jovens morreram enforcados no centro especializado. A última ocorreu no sábado (8).

Participam da visita representantes do Conselho de Direitos Humanos do DF, Conselho dos Direitos da Criança e Adolescente, Conselho Federal de Psicologia, Conselho Regional de Psicologia, Centro de Defesa da Criança e do Adolescente e Associação dos Conselheiros Tutelares do DF.
Em relação ao problema da superlotação da entidade, o TJDFT informou, em nota, que está acompanhando a desativação do centro pela Secretaria de Estado da Criança. Segundo a nota, até dezembro de 2012 os internos do sexo masculino serão transferidos gradualmente para um local provisório, com capacidade para 300 adolescentes, separação por faixa etária e funcionamento de escola e oficinas profissionalizantes. O TJDFT também acompanhará a transferência dos internos para as unidades de internação definitivas, cujas obras estão previstas para serem concluídas em 2013.
No próximo dia 18, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) também vai vistoriar o Caje. A visita é realizada periodicamente e faz parte do programa Justiça aos Jovens. O objetivo é inspecionar a estrutura física do centro de atendimento, além de verificar se as medidas socioeducativas estão sendo cumpridas regularmente.
O fechamento do centro foi determinado em outubro de 2011, mas a instituição continua funcionando. A capacidade é para 167 menores, mas atualmente, mais de 400 jovens cumprem pena socioeducativa na instituição. No último dia 28 de agosto, 24 adolescentes internas do Caje foram transferidas para a nova unidade de internação do Recanto das Emas, região administrativa do DF. Apesar da iniciativa, a Secretaria do Estado da Criança ainda não tem previsão para transferir os adolescentes do sexo masculino que são a maioria.
Fonte: http://noticias.r7.com/distrito-federal/noticias/entidades-cobram-explicacoes-sobre-mortes-no-caje-20120910.html

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