A juventude brasileira, assim como em todo o mundo, tem se levantado para mostrar sua indignação com a barbárie capitalista e para lutar por direitos e por uma nova ordem societária, sem exploração de classe, etnia e gênero. Foi nessa perspectiva que o CFESS, representado pelas conselheiras Erivã Velasco e Juliana Melim, compareceu à 2ª Conferência Nacional de Juventude, realizada em Brasília (DF), de 9 a 12 de dezembro.
Segundo a conselheira Juliana Melim, é de fundamental importância a participação do Conselho Federal no combate à desigualdade que caracteriza a condição juvenil contemporânea. "É importante deixar claro que, diante das expressões da questão social que hoje atingem os jovens, o extermínio é o maior exemplo da barbárie e da violência fundada na desigualdade de classe e de geração. É também fundamental destacar a necessidade de maior envolvimento da categoria nesse debate, reafirmando o compromisso ético-político com a defesa intransigente dos direitos humanos", destaca.
Além disso, a conselheira Erivã Velasco acrescenta que avanços, do ponto de vista político-normativo e institucional, como a criação da Secretaria Nacional de Juventude e do Conselho Nacional de Juventude e a aprovação da Emenda Constitucional 65, que inseriu o termo "jovem" no capítulo dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituição Federal, embora reconhecidos, não podem ser vistos como suficientes para responder às problemáticas e às questões cuja origem é de ordem estrutural e enraizada na sociedade capitalista, reprodutora de desigualdades. "Neste caso, estamos falando de violações de direitos que se manifestam e se exacerbam se não forem enfrentadas pela raiz, como o extermínio da juventude, especialmente das classes populares", ressalta.
Segundo Erivã Velasco, na opinião de alguns jovens participantes do evento, o tensionamento político entre grupos foi, em certos momentos, polarizado nas juventudes vinculadas aos partidos políticos, campo importante de organização juvenil, chamando a atenção para que isso não ocorra em detrimento de um debate amplo entre as forças e propostas presentes, pois se deve ter espaço para as variadas formas de expressão da organização e mobilização da juventude brasileira.
Propostas importantes, e consoantes com a defesa que as/os assistentes sociais realizam, foram votadas na plenária final, como a descriminalização do aborto, compreendido como problema de saúde pública grave no país, e o direito humano à comunicação. O debate sobre a liberdade religiosa também teve destaque e a juventude votou pela criação de um Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, para garantir a pluralidade das crenças e religiões. "Ao todo foram 26 propostas, resoluções e moções aprovadas na 2ª Conferência. Entre estas, a moção de repúdio "Contra o fim da classificação indicativa na TV" foi aprovada e compõe a agenda de luta do CFESS pela proteção de crianças, adolescentes e jovens", finaliza.
CFESS Manifesta
Assim como nas Conferências anteriores, o Conselho também produziu e distribuiu uma edição especial do CFESS Manifesta para os/as participantes da Conferência de Juventude. A ideia foi levar ao público uma série de pontos para reflexão, sobre a realidade da juventude brasileira. No texto, o manifesto traz dados reais sobre analfabetismo juvenil, desemprego e violência. "Num contexto em que se acirram os antagonismos de classe, as contradições, e agudiza-se a questão social em suas diversas faces [...] concentra-se a importância de desvendar o sentido e os rumos do desenvolvimento adotado no Brasil e o lugar reservado à juventude, assim como ao conjunto da classe trabalhadora", registra o documento.
Fonte: CFESS
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